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Verticalização transforma a paisagem e o estilo de vida em Lucas do Rio Verde

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  • 10 de out.
  • 5 min de leitura
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Aos 37 anos, completados em agosto, Lucas do Rio Verde reafirma sua vocação agrícola, mas se reinventa em outro campo: o da verticalização urbana. O crescimento populacional expressivo, aliado ao dinamismo econômico, está transformando a paisagem da cidade, que passa a adotar edifícios residenciais, comerciais e de uso misto como solução para conciliar expansão e qualidade de vida. Em pouco mais de uma década, Lucas do Rio Verde passou de cidade com traços interioranos, marcada por casas térreas e horizontes abertos, para um município que exibe em seus bairros modernos edifícios de médio e alto padrão.



A verticalização, antes tímida, consolidou-se como símbolo de desenvolvimento e já redefine o jeito de morar, investir e planejar o futuro da cidade. Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Planejamento e Cidade, entre 2023 e 2025 foram aprovados 17 empreendimentos verticais, somando 2.587 unidades entre apartamentos, salas comerciais e hotéis. Esse movimento reflete uma mudança no modo de viver dos luverdenses e atende às demandas de uma cidade que cresce entre 15% e 20% ao ano.


Planejamento e qualidade de vida

Para o prefeito Miguel Vaz, a verticalização representa uma alternativa inteligente de ocupação do território urbano. “Quando a cidade cresce de forma mais compacta, o poder público consegue cuidar melhor do perímetro urbano com menor custo operacional. Isso se reflete em transporte público, limpeza urbana, sinalização e infraestrutura em geral. É um modelo que fortalece o comércio, melhora a mobilidade e amplia o acesso das pessoas aos serviços”, destaca.


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A legislação municipal também foi ajustada para acompanhar essa transformação. O secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico, Planejamento e Cidade, Danilo Messias, explica que as regras para condomínios verticais exigem a destinação de áreas verdes em espaços não loteados, garantindo que o avanço em gabarito ocorra sem abrir mão de áreas públicas qualificadas. “A Lei de Zoneamento orienta a verticalização para os corredores de Comércio e Serviços, sobretudo nas avenidas estruturantes, onde é possível implantar parques lineares, ciclovias e calçadas generosas. Além disso, para cada projeto de maior porte é exigido o Estudo de Impacto de Vizinhança, que avalia desde a pressão de água até os acessos e mitigação de tráfego”, explica.


A preocupação vai além da infraestrutura. Messias reforça que a verticalização precisa dialogar com a identidade cultural e arquitetônica local. “Bairros históricos como o Centro e o Pioneiro tendem a preservar sua escala, enquanto áreas como as avenidas Brasil e Nações estão vocacionadas para edificações mais altas. É também uma oportunidade para estimular arquiteturas que conciliem contemporaneidade e natureza, em sintonia com o Inpacto Lucas, pacto de inovação que mira a cidade como referência internacional em economia verde.”


O olhar do mercado imobiliário


Rafael Balizardo, sócio-proprietário da BDR Empreendimentos
Rafael Balizardo, sócio-proprietário da BDR Empreendimentos

Se o poder público organiza as bases, cabe às incorporadoras e construtoras materializar o novo desenho da cidade. A BDR Empreendimentos é uma das pioneiras nesse movimento. Rafael Balizardo, um dos sócios-proprietários, lembra que a empresa esteve à frente de marcos como os edifícios Golden, Green e agora aposta no Morada do Lago, que será o maior edifício da cidade. “A consolidação da verticalização veio por dois motivos: segurança e qualidade de vida. Dentro de um condomínio vertical, as famílias têm piscina, jardim e áreas de lazer compartilhadas, além de um ambiente seguro, algo fundamental em uma região onde muitos passam períodos fora em função da agricultura”, explica.


O setor também percebeu a valorização dos apartamentos em comparação às casas. “Há cinco anos, o metro quadrado de uma casa valia mais que o de um apartamento. Hoje a lógica se inverteu: quem investe na planta consegue, em alguns casos, até dobrar o valor do imóvel na entrega, algo que não acontece mais com as residências horizontais”, completa Balizardo.


Mas o setor enfrenta desafios. “A maior dificuldade é a mão de obra. O Mato Grosso precisa do dobro de trabalhadores para atender à demanda da construção civil, e isso limita o ritmo de novas obras”, pondera.


O mercado também foi impulsionado por empresas locais como a Romancini

Jonathan Strada, gerente comercial da Romancini Empreendimentos
Jonathan Strada, gerente comercial da Romancini Empreendimentos

Empreendimentos, que, segundo o gerente comercial Jonathan Strada, ajudou a fomentar a verticalização em sintonia com as mudanças sociais e demográficas. “Muitas famílias estão optando por apartamentos em busca de segurança, praticidade e economia na manutenção. As casas maiores, antes preferência, hoje se tornam custosas, e há ainda a chegada de moradores de outras regiões, como São Paulo, que já têm o hábito da vida em prédios”, avalia.


Strada cita o Vida Orquídeas como exemplo de empreendimento que integra áreas de lazer completas ao estilo de vida urbano, com academia, piscina, brinquedoteca, espaço pet e áreas verdes. Já o Kronos, ainda em construção, traz um conceito inovador ao unir unidades corporativas e residenciais no mesmo endereço, com lazer no rooftop e localização estratégica na expansão da cidade. “O Kronos reúne tempo, vida e negócios em um só lugar, traduzindo o futuro da verticalização em Lucas”, resume.


Arquitetura como ícone da transformação


Elói Bastos, arquiteto e urbanista
Elói Bastos, arquiteto e urbanista

A transformação urbana também é sentida na arquitetura. Para o arquiteto e urbanista Elói Bastos, a verticalização em Lucas do Rio Verde é uma realidade irreversível, favorecida pelas mudanças recentes na legislação. “O município ajustou seu Plano Diretor, o que permitiu que o empresário se interessasse e tornasse viável investir em empreendimentos verticais. A grande vantagem está na concentração de unidades em uma mesma área, o que torna o preço mais acessível e viabiliza melhores resultados no mercado. Além disso, a verticalização tende a ocorrer em regiões que já possuem infraestrutura urbana consolidada, com sistema viário eficiente, comércio, serviços, escolas e equipamentos públicos próximos, reduzindo a necessidade de grandes deslocamentos”, explica.


Segundo ele, a verticalização fortalece um novo estilo de vida, no qual os moradores ganham tempo e qualidade para aproveitar a cidade. “Essa tendência vai se intensificar, porque diminui o tempo no carro e aumenta as possibilidades de lazer e convívio. E, ao mesmo tempo, valoriza a paisagem urbana, que em Lucas é privilegiada e precisa ser aproveitada ao máximo”, completa Bastos.


Uma cidade em transformação

A verticalização em Lucas do Rio Verde não é apenas uma mudança estética, mas uma resposta às transformações sociais e econômicas que marcam a cidade. O processo envolve planejamento público, inovação privada, tecnologia, sustentabilidade e adaptação da cultura local. De prédios residenciais populares a torres de alto padrão, o município constrói uma nova paisagem que traduz sua ambição de ser referência não apenas no agronegócio, mas também em desenvolvimento urbano inteligente.


Com empreendimentos já executados, ou em execução, a verticalização em Lucas é irreversível e seguirá moldando a paisagem. O horizonte antes dominado por silos agrícolas e casas térreas agora se transforma em torres modernas, reflexo da pujança econômica e da capacidade de reinvenção de uma cidade que não para de crescer.


Como define Rafael Balizardo, da BDR: “Nós somos movidos por sonhos e pela vontade de fazer. E a verticalização em Lucas é justamente isso: a materialização de uma cidade que sonha alto e cresce para cima.”




Matéria: Celso Nery

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