As cidades que conseguirem superar 90% de cobertura vacinal contra Covid-19 e 80% da Influenza vão dividir cerca de R$ 65 milhões
O governo de Mato Grosso criou um programa para premiar os municípios que tiveram o melhor desempenho nas campanhas de imunização contra a Covid-19 e a Influenza. O 'Imuniza MT' tem como objetivo estimular a aceleração da vacinação no estado.
As cidades que conseguirem superar 90% de cobertura vacinal contra Covid-19 e 80% da Influenza vão dividir cerca de R$ 65 milhões. A primeira premiação, de R$ 2 milhões, será entregue aos municípios líderes do ranking de vacinação no estado em outubro.
Segundo o secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, o programa não se resume apenas à premiação, mas a um conjunto de atividades com investimento em infraestrutura dando mais importância à cobertura vacinal.
"Primeiramente ampliar a cobertura de vacinas para que a gente possa se proteger de doenças que são preveníveis [por vacinas] e estimular os gestores, para que eles possam na qualidade de sua gestão se capitalizar em cima disso, para conseguir trazer maior benefício à população”, afirmou.
Os premiados serão aquelas cidades com melhores desempenhos no Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SIPNI). Os municípios vão concorrer aos prêmios do governo divididos em cinco grupos, de acordo com o número de habitantes, com classificação de 5 mil até 60 mil habitantes. Os três melhores, em cada grupo, serão premiados.
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Além disso, as cidades mato-grossenses que mais se destacarem na vacinação contra a Covid-19 vão receber selos ouro, prata, bronze e diamante, e premiação superior a R$ 7 milhões, no início de 2022.
Os municípios que tiverem cobertura vacinal superior a 90% da Tríplice Bacteriana Acelular Adulto e aumento de 20% na imunização da hepatite poderão ser premiados com o selo diamante e os três primeiros colocados dividirão prêmio de R$ 4 milhões.
Disputa entre gestores
A vacinação se tornou uma disputa entre gestores para ver quem consegue imunizar mais pessoas. Até o momento, o Mato Grosso já aplicou quase dois milhões de doses de imunizantes contra a Covid-19, segundo o Ministério da Saúde. Para o infectologista do Hospital Anchieta de Brasília, Victor Bertollo, é preciso olhar com cautela essa competição para baixar a faixa etária de vacinação e se a cobertura vacinal está mesmo sendo atingida.
“Tem que ver se de fato essa redução da faixa etária é real ou se é apenas no discurso. Porque se as vacinas são distribuídas de maneira proporcional para os diferentes estados e municípios, a gente não esperaria que houvesse diferença muito grande entre eles”, argumentou.
Segundo o governo do estado, os 10 municípios que mais aplicaram vacinas, considerando o percentual de doses aplicadas em relação às doses recebidas, foram: Campos de Júlio (99%), Alto Boa Vista (98%), Colíder (97%), Novo Mundo (96%), Diamantino (94%), Ribeirãozinho (94%), Conquista D’Oeste (93%), Jaciara (93%) e Arenápolis (93%).
O infectologista destacou ainda que é preciso avaliar se realmente as faixas etárias mais altas estão sendo imunizadas antes de avançar para outros grupos prioritários. “No atual momento não faz sentido, por exemplo, vacinar uma pessoa de vinte anos antes de vacinar uma pessoa de quarenta”, disse Bertollo.
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