O Índice de Confiança da Construção (ICST), do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE), se manteve relativamente estável em junho ao variar negativamente 0,1 ponto, para 93,9 pontos. Em médias móveis trimestrais, o índice caiu 0,2 ponto.
A estabilidade do indicador refletiu o resultado de seus dois componentes, o Índice de Situação Atual, que se manteve aos 92,5 pontos, e o Índice de Expectativas, que variou 0,3 ponto negativo, para 95,3 pontos.
O economista Newton Ferreira da Silva comenta sobre os resultados divulgados pela FGV. “Há sensação de melhora no caso das edificações residenciais, com o programa Minha Casa, Minha Vida, mas de uma forma geral o panorama não é tão otimista como foi em dezembro de 2022, segundo apurou a pesquisa. Vamos ver agora o que pode acontecer, se há um cenário de redução da taxa de juros, e haver um impacto positivo para a retomada da atividade econômica”, explicou.
As condições macroeconômicas, como a taxa de juros, refletem no índice de confiança da construção civil, contudo, medidas de incentivo adotadas pelo governo federal já apresentam resultados, como apontado pelo economista Felipe Queiroz. “Se a taxa de juros é muito elevada, o volume de imóveis financiados é menor, o custo de financiamento é maior, e isso impede que haja um crescimento. Por outro lado, as medidas de estímulo adotadas pelo governo que já começam a surtir efeito, de modo que há segmentos dentro do indicador que já apresentam uma melhora, decorrente de medidas de incentivo ao Minha Casa, Minha Vida”, enumerou.
Crédito no setor
De acordo com levantamento da Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE), o setor de construção civil contratou R$ 32 bilhões em crédito de 34 instituições do Sistema Nacional de Fomento (SNF) em dezembro do ano passado. O número representa um aumento de 30% em comparação com o mesmo período de 2021. O estudo considerou informações recentes divulgadas pelo Banco Central.
Em relação ao crédito no setor neste ano, o que se espera é continuidade dessa alta, como explica a gerente de Sustentabilidade e Economia da ABDE, Kesia Braga. “Com relação a 2023, a expectativa sobre o crédito para construção civil é positiva, isso porque a gente espera que continue nesse movimento de retomada e de reconstrução da economia, de crescimento do PIB, então esse setor é um setor bem estratégico para a geração de emprego e renda no país, e o crédito responde ao aquecimento e à retomada desse setor também, então para 2023 a gente espera que a gente continue nessa tendência”, ponderou.
O crédito para construção foi o que apresentou maior crescimento na carteira do SNF em dezembro de 2022, seguido pelo comércio, com aumento de 18%, e indústria, com elevação de 17%.
Fonte: Brasil 61
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