Uma política industrial voltada para atingir metas de avanços da sociedade e na prestação de serviços. É o que propõe a Confederação Nacional da Indústria (CNI) ao estruturar quatro grandes eixos no Plano de Retomada da Indústria, compartilhado com o governo brasileiro. A diretora de Desenvolvimento Industrial da CNI, Lytha Spíndola, acredita que a política industrial brasileira precisa observar a tendência do mundo de uma industrialização com novas bases.
“A política industrial moderna hoje, que existe e funciona em todo o mundo, nas principais economias do mundo, é uma economia focada em resultados, focada em sustentabilidade, descarbonização, meio ambiente, digitalização, investimento em tecnologia, muita inovação, mas também em competitividade e bons preços.” Para a representante da CNI, o país precisa trabalhar uma industrialização que seja voltada para o bem-estar social e para resolver problemas da sociedade. Ela ressalta a necessidade de melhorar a assistência à saúde e a inclusão de pequenas e médias empresas no esforço tecnológico e de inovação.
O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, afirma que “a ausência de uma política industrial clara, com objetivos e benefícios que transbordam a indústria, é uma das razões de o Brasil ter perdido relevância nas últimas décadas. Neste momento, as principais economias do mundo estão se empenhando em ações de desenvolvimento voltadas à inovação, à sustentabilidade e à competitividade internacional. Responder a esses desafios é uma urgência para todos nós, do poder público e do setor privado”.
Quatro missões da indústria
Para implementar a estratégia, a CNI destaca medidas que podem melhorar o ambiente de negócios. De acordo com Lytha Spíndola, são metas que podem contribuir para obter resultados positivos no desempenho do mercado. Segundo a diretora de Desenvolvimento Industrial da CNI, essas missões consideradas prioritárias são realmente aquelas que atendem os anseios da sociedade.
“A seleção das missões prioritárias levou em conta consultas a todas as bases, representações de diversos segmentos da indústria e elegeu quatro missões prioritárias, neste momento, que são a descarbonização da economia; a digitalização das empresas; segurança sanitária, como produção de vacinas, medicamentos, equipamentos médicos e serviços nessa área; e defesa e segurança nacional, que também são estratégicos neste momento”.
O desenvolvimento econômico e social do país depende da superação dos antigos obstáculos associados ao Custo Brasil e pela atenção a temas contemporâneos, como a digitalização e a sustentabilidade, de acordo com a CNI. Lytha Spíndola reforça que o país precisa adotar um plano consistente de descarbonização da economia.
“Hoje em dia, se a produção não é sustentável, os consumidores lá fora já não aceitam aqueles produtos, preferem consumir os produtos que tenham um selo de sustentabilidade, que tenham contribuído para a questão do clima, a preservação do clima, então nós temos metas de descarbonização que vamos cumprir, o Brasil está muito à frente de outros países nesta matéria, mas ainda temos um grande dever de casa em algumas cadeias, principalmente.”
A proposta estruturada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e detalhada no Plano de Retomada da Indústria é um roteiro para o Brasil aproveitar a janela de oportunidades abertas pela necessidade de reduzir as emissões de gases de efeito estufa e pela disseminação das tecnologias digitais na economia. As missões são estratégias transversais que buscam trazer respostas aos grandes desafios da sociedade.
Fonte: Brasil 61
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