"Não se pode esperar uma alta semelhante à que houve na última safra": TF

AGROLINK
Embora os preços estejam em patamares elevados e assim devam permanecer por longo tempo, a médio e longo prazos, os preços a curto prazo sofrem de uma oscilação sazonal, que não deve atrapalhar a alta lucratividade do sojicultor. A projeção é da equipe de analistas da Consultoria TF Agroeconômica.
“O que não se pode é querer números redondos (alguns agricultores dizem que só irão vender a R$ 200, por quê?), mas prestar atenção na lucratividade, mais do que no preço. Voltamos a dizer que houve muitos produtores que perderam grandes lucros porque correram atrás de preço, no passado. Neste ano, não há este perigo, mas, também não se pode esperar uma alta semelhante à que houve na última safra, simplesmente porque não há mais lugar para isto”, sustenta a TF.
De acordo com os especialistas, as altas ocorrerão, mas serão “mais lentas e consolidadas, uma vez que os níveis já estão altos. E uma retração do mercado é natural, quer por tomada de lucros dos investidores, quer por espaçamento nas compras dos consumidores”. Confira os fatores fundamentais de demanda projetados para os próximos meses:
A longo prazo, a demanda da China e do Sudoeste da Ásia é alta, com o programa de abastecimento do seu mercado interno, por pelo menos 10 anos, com o Brasil tendo que aumentar a sua área e produção em 1,1 milhão de hectares/ano para atender a demanda externa;
Isto tendo a manter elevada a demanda, tanto de soja-grão, quanto de farelo, mas, principalmente, carnes, o que significa elevada demanda também no mercado interno, pelos próximos dois anos
Internamente, o programa de incremento do uso de óleo de soja como biocombustível, já implantado no Brasil, até 2030, deverá completar a boa demanda para o grão no mercado interno. Lembrando que não é apenas o óleo de soja, mas uma grande diversidade de óleos vegetais produzidos no país, como mostra a ilustração ao lado.
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