Maryuska Pavão
Assim como nos outros anos, produtores, agentes do setor agrícola, analistas do mercado de grãos e sociedade em geral que dependem do agro, estão otimistas com a Safra 2022/23 que teve início do plantio entre os meses de setembro e outubro.
De acordo com as projeções dos institutos especializados no setor, em todo o país a estimativa é que haja uma colheita perto dos 308 milhões de toneladas de soja. Em Mato Grosso, o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) ponta um nível de produção de soja em torno de 41,5 milhões de toneladas.
Segundo o presidente do Sindicato Rural de Lucas do Rio Verde-MT, Marcelo Lupatini e o secretário Tiago Cinpak, ambos produtores, há uma expectativa muito positiva para a próxima safra, entretanto assim como todo ano a preocupação está diretamente ligada ao clima.
“Sem dúvida a regularidade das chuvas é o que mais nos preocupa, pois chovendo no período esperado e na quantidade esperada, teremos sim uma produção surpreendente” afirma Marcelo.
O cenário é considerado favorável, mesmo com o aumento de alguns insumos, o que consequentemente elevou os custos, Tiago afirma que as estimativas de produção, preços, rentabilidade, exportações, importações e principalmente o consumo - devido à instabilidade no mercado externo - favorecem o Brasil.
“Temos muita coisa a nosso favor, especialmente na parte da produção, é muito provável que teremos uma grande safra, porém vivemos sempre no limite da estabilidade e da instabilidade tanto do mercado interno, mas principalmente do externo. Precisamos sempre estar atentos quanto aos aspectos das macroeconomias, desacordo entre países e também a política. Esse período eleitoral e dependendo quem for eleito no Brasil pode sim causar uma grande instabiliza no mercado. Em resumo, produção no campo hoje depende apenas da regularidade das chuvas, mas para a comercialização e uma lucratividade, há muitos fatores que precisam ser analisados” afirma o secretário do sindicato.
Quanto aos fatores a serem analisados, os produtores destacam situações que são reivindicações do Sindicato e que já foram encaminhados para ao Governo Federal e que precisam de uma atenção especial, elas estão ligadas diretamente a pesquisa, tecnologia, insumos e sistemas produtivos cada vez mais eficientes.
“O produtor tem feito a sua parte. Precisamos que os poderes públicos façam a deles também. Precisamos urgentemente de infraestrutura, nossa região sofre absurdamente com logística e precisamos de políticas públicas que atendam ao produtor, como o Plano Safra. Essas reivindicações são importantes para o setor, mas também para todo o país, tanto para o giro econômico como para o fornecimento de alimentos” afirma o presidente Marcelo.
INSUMOS
Roberto Brito Vieira, Diretor Executivo da BioQualitá, empresa fornecedora de insumos agrícolas, explica que para essa safra muitos produtores e empresas se anteciparam e adquiriram os insumos agrícolas, entretanto sua preocupação é quanto ao beneficiamento e distribuição desses produtos.
“O Brasil conseguiu antecipar e comprar muitos insumos, que são os fertilizantes para o solo, controle de pragas, equipamentos e novas tecnologias para otimizar o cultivo, entretanto uma das nossas preocupações é quanto ao beneficiamento desses produtos já que as empresas estão trabalhando em grande escala para entregar em todo o país, outra preocupação é a logística de entrega, já que o produto teve aumento de custo e o transporte também é importante um estudo e um trabalho intensivo para que tudo seja dentro do prazo de plantio” explica o diretor.
CIGARRINHA DO MILHO
Uma preocupação que também está interligada a safra 2022/23, e que já está sendo alertada e monitorada em toda a região é a cigarrinha-do-milho, que surge junto ao milho tiguera. Essa planta exerce o papel de planta daninha, pois cresce em meio à soja, e se torna hospedeiros de pragas.
“Estamos promovendo uma campanha juntos aos produtos e todos os órgãos interligados ao agro da nossa região, para que possamos combater esse milho tiguera e assim, evitar a proliferação dessa cigarrinha. Vimos na safra passada em outros Estados, que essa cigarrinha é capaz de destruir plantações inteiras. Então, para que tenhamos um bom plantio e uma ótima colheita, é fundamental combater o crescimento dessa espécie tiguera na entressafra e automaticamente a existência dessa praga” afirma Tiago Cinpak.
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